sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Retratos do nosso futebol

 O LANCHE DECISIVO


O time do Palmeiras de Bucar participava de uma grande decisão na vizinha cidade de Guadalupe, por volta de 1965, mas como a estrada de acesso estava em péssimo estado de conservação, necessariamente, tiveram que viajar numa kombi pelo lado do Maranhão.

O time de Floriano, basicamente completo, com seus 11 titulares, de forma que quando chegaram nas proximidades de Boa Esperança, surpreendentemente, teriam que atravessar o Parnaiba de canoa à vela.

De repente, quando o jogador Sadica percebeu que o rio estava cheio e a correnteza forte, foi logo se alterando:

- Porra, vocês sabem muito bem que eu não sei nadar; portanto, tô fora desse jogo! Vão vocês! Eu não vou, certo?

A preocupação era deveras delicada naquele momento com o nosso craque Sadica, sabendo todos que a sua presença dentro de campo era fundamental naquela grande final e, por unanimidade, a pressão era necessária:

- Ora, ora, tu num vai o quê, homem de Deus! Hoje, tu vai ter que aprender a nadar; ou tu vai querer que a gente perca o jogo, hein? Essa canoa não vai virar, não! Fica tranquilo!

Finalmente, quando chegaram na concentração, por volta de 1 hora da tarde, a fome chega a apertar e os nossos jogadores começam a comer bolacha com guaraná.

De repente, depois que iniciara a partida, o zagueiro Zé de Tila começou a sentir-se mal, um embrulho na barriga, mas como não havia nenhum reserva, teve que ficar em campo.

O jogo era duro e o nosso atacante Antonio Luiz Bolo Doce fazia um golaço, mas Zé de Tila não estava conseguindo acompanhar o ponteiro corredor Chico de Hermínia e o mesmo acontecia com o time adversário; eram gols lá e cá, até que Bolo Doce, não agüentando mais, foi lá atrás da zaga, pegou no braço de Zé de Tila e disse:

- Vai fazer número lá frente, pra ver se a gente ganha o jogo, certo!?

Aí, então, todos caíram na gargalhada!
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Na foto acima, em pé - REGINALDO, SADICA, ANTONIO LUIZ, BITONHO, PRERERECA E OSMAR;agachados - ZILMAR, PECHINCHA, BAGANA, BUCAR, ANTONIO GUARDA, BRAHIM E PETRONIO em 1965

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Álvaro, o arqueiro elástico

 

HOMENAGEM AO GOLEIRAÇO DO CORISABBÁ  ÁLVARO 

Álvaro Alexandre da Silva, nasceu em Campina Grande-PB em 30.03.1971, casado com a Sra. Jacira Maria Lima, agradecem pelos filhos que Deus os deu: Walkyson Ellery, Anália Priscilla e Douglas Fernando, funcionário Municipal, no estádio Tiberão onde foi Campeão Piauiense de Futebol de 1995 pelo Corisabbá.

Num papo descontraído com Álvaro, foi surgindo perguntas e respostas interessantes.

- Como você chegou ao time Corisabbá?

- Foi através do Arrudá Bucar, torcedor fanático do Ceará, e nos conhecemos em Fortaleza-CE.

- Como foi o convite para você jogar no Corisabbá?

- O início da minha carreira foi no Campinense, depois no América até chegar ao Ceará Sporting. Fiquei parado por um tempo, e voltei para Campina Grande-PB, quando fui contatado pelo Arrudá, me convidando para jogar em Floriano-PI, topei na hora, isso aconteceu em 1992, quando cheguei fiquei maravilhado com a cidade e com a organização da diretoria, com planejamento para ser campeão.

- Qual a formação do Corisabbá que você mais gostou de participar?

- Corisabbá de 1995, time entrosado e comprometido: Álvaro, Dênis, Carlos Silva, Dilvan, Júlio César, Andrade, Filinho, Valdo, Walberto, Bitonho e Fabinho.

- Você recorda de algum fato pitoresco do timaço Corisabbá?

- Rapazzzz o Corisabbá jogou sete vezes com o Caíçara de Campo Maior, e ganhamos todas, taca muita.

- Quais outros times que você jogou?

- Joguei nos times: Parnaíba, Oeiras, River, Moto Clube, Tocantinópolis, mas a minha grande paixão é o Corisabbá.

- Você se adaptou bem em Floriano?

- Amigo tem um ditado que diz: “Quem bebe da água do Rio Parnaíba, jamais esquece”, e, aconteceu comigo, fui mergulhar nas águas do Parnaíba, pisei num buraco, quase morri afogado, não só bebi água como entrou por todos os lados.

Pesquisa:
Adm.: César Augusto de Antonio Sobrinho
Floriano, 13 de dezembro de 2019.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Gol replay do Campo dos Artistas

 

Um dos pontos mais fortes de Luiz Orlando, ex- craque do futebol de poeira de Floriano, no período romântico, ( ele é o ponta de lança da foto ao lado do time do Cruzeiro de 1971 no Mário Bezerra ),  era a catimba e, inclusive, ele destaca um lance engraçado, que ele contava sempre com saudades:

“tratava-se de uma partida disputadíssima, acirrada no Campo dos Artistas, por volta de sessenta e sete. Botafogo de Gusto contra o nosso maior rival, o Flamengo de Tiberinho (perder pra eles era um trauma terrível), até hoje esse lance é conhecido como o GOL REPLAY, sem televisão, pode?

Mas você vai perceber como pode. Começa o jogo e, logo aos vinte minutos, o Flamengo de Tiberinho faz 1 a 0. Encerrado o primeiro tempo, no intervalo, conversamos o que poderíamos fazer, o jeito era ir pra cima, para o ataque, não podíamos de maneira alguma perder essa grande decisão.

Bola rolando na segunda etapa e, logo na metade do tempo, há uma falta a nosso favor, próximo da grande área. O Flamengo compôs a barreira, Janjão lançou a bola e eu entrei impedido de cabeça e ... golaço, foi aquela alegria, mas quando olhamos para o juiz Vicente XEBA, estava anulando o gol, corri pra cima dele com atitude e comecei, então, a dialogar com o velho mestre do apito, mostrando várias saídas para resolver o impasse, quando, de repente, propus: pois repita a falta. O homem gostou da idéia e colocou a bola para ser cobrada a falta novamente e, engraçado, foi do mesmo jeito, Janjão correu, lançou a bola eu entrei de cabeça, fazendo o gol, foi o replay do primeiro gol, os torcedores foram à loucura!

Empatamos o jogo e, no final, todos ficaram felizes, inclusive Vicente XEBA, que tinha moral e categoria.

Em tempo: Luiz Orlando (in memória) é o centroavante acima do time do Cruzeiro de Nanan (quando jogou no estádio Mário Bezerra com a camisa emprestada do time do Vila Nova do Matadouro).