4/02/21

Retratos do nosso futebol

 



CHEQUINIM ... e o vento levou!

Em meados dos anos noventa, domingo em Parnaíba, sol, muito vento, mulheres belíssimas; ocorre que de repente um carro de som passa na praia e anuncia um dos grandes clássicos do futebol piauiense, o duelo das cidades-princesas, o representante do Iguaraçú, Parnaíba versus Corisabbá da Princesa do Sul.

Largamos tudo e fomos assistir o espetáculo. Início de jogo, o vento fortíssimo e o esquadrão azulino, muito esperto, escolhera ficar a favor do vento, diga-se de passagem o 12º jogador, e não deu outra: em poucos minutos, o primeiro gol da peleja, o vento tornou num despretensioso chute, um verdadeiro petardo (lembrando o craque Tassú) a favor do Parnaíba; no entanto, o Cori-Sabbá, um time guerreiro, partiu pra cima, mas não estava dando, pois o vento tornara-se uma grande barreira.

Encerrado o primeiro tempo, um a zero a favor do tubarão. Vem o segundo tempo, cori indo para o abafa e o vento, agora, a nosso favor, chutão pra cá e pra lá e as poucas bolas que iam em direção do gol, o goleiro adversário ia pegando tudo. O técnico Mocó, dada a circunstância, analisara e decidira: é agora ou nunca, olhou para o banco e viu falando pelos cotovelos o exímio cobrador de falta e escanteio, o nosso famoso CHEQUINIM, mas só liberou a sua entrada em campo faltando poucos minutos.

CHEQUINIM, astuto que só, ficara estudando o posicionamento do goleiro adversário, pois era tipo uma mania do craque ficar analisando o adversário, já estava acostumado a fazer isso no interior de Barão de Grajaú. Quando o apitador autorizou sua entrada, aconteceu um escanteio e, malandramente, cobrara de propósito sem nenhum perigo e o técnico Mocó deu-lhe uma bronca terrível, mas o meia ficara pensando: "vou surpreender todo mundo", segundo ele, o lance anterior era para enganar o goleiro adversário, e não deu outra: aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, em cima das buchas, o desespero já tomava conta dos poucos torcedores que ali estavam, da diretoria e do banco do cori, pois o time precisava de um simples empate para se classificar.

Numa bobeira da zaga, outro escanteio: era tudo o que CHEQUINIM esperava, colocou a pelota com muito carinho na marca da cal e o árbitro autoriza; o craque deu uma trivela espetacular, coisa de craque, a bola partiu no rumo da marca do pênalti, e o vento levou, levou, levou... e marcara um golaço, lá onde a coruja dorme.

A correria foi tamanha para abraçar o grande herói da batalha do vento. CHEQUINIM, de repente vê Mocó caminhando em sua direção para abraçá-lo, e dizendo

- CHEKI, você é ROCHEDO!

Foi aí que ele pensou: "é agora, vou descontar os xingamentos do professor", e, com o dedo em riste, dissera ao técnico:

- "VAI PRÁ LÁ, TRAÍRA...

E saira com aquele sorriso maroto que lhe é peculiar.

Pesquisa: César Augusto / Colaboração: Júlio César - ex-lateral esquerdo do Corisabbá e centro-avante do Princesa do Sul e peladeiro na AABB, conhecedor profundo das resenhas de Chequenim. Na foto, Cheque ladeado com os amigos Galdino, Paulo e Jeremias.

3/29/21

Histórias do nosso futebol


 

RETRATOS DO NOSSO FUTEBOL
 
ZECA ZINIDÔ – PÉROLA NEGRA DO FUTEBOL FLORIANENSE 
 
SUA PARTIDA MAIS IMPORTANTE 
 
DECISÃO - BOTAFOGO 2 X 1 FLUMINENSE
 
Dentro do contexto romântico do futebol amador florianense, nos anos sessenta, Zeca Zinidô (que certa vez fora comprado por uma carteira de cigarro de marca Minister pelo Flamengo de Tiberinho), narra com saudades um de seus jogos mais importantes dos quais participou, quando jogava pelo Botafogo de Gusto, na trajetória dos torneios amadores da Princesa. 
 
Vejam só:
 
”Dois detalhes: o primeiro, o Fluminense jogava pelo empate e começou ganhando de 1 a 0; e o segundo, é que eu estava com um problema no pé direito e não podia jogar, fiquei em casa, não ia agüentar ver o jogo do lado de fora, num jogo de decisão, jogo duro e logo no primeiro tempo, o Fluminense ganhando; foi aí que João Batista de Araújo de Vicente Roque, fã de nosso time, tomou a iniciativa de ir lá em casa me pegar, mesmo doente.
 
Cheguei no campo, ajeitaram meu pé, colocaram mastruz com um pano enrolado, e disseram: Zeca, fica dentro de campo, se der certo, tudo bem, mas só a sua presença já amedronta.
 
Dito e feito, rapaz, como eu adorava jogar, consegui incendiar o jogo, mudei completamente o panorama da partida, um espetáculo, fico até arrepiado em lembrar, o sangue foi esquentando, o pé já não doía tanto; cara, com pouco mais de 15 minutos, consegui empatar, de pé esquerdo, a torcida endiabrada (no Campo dos Artistas dava mais público do que hoje no Tiberão).
 
Pedrinho Taboqueiro fez um lançamento de trivela, rasante, (quando eu me lembro, dá vontade de sair correndo), bicho, eu dominei o pneu (bola) e eu tinha um sesto (cacuete) de ficar sassaricando com a bola, dava um currupio, era um espetáculo à parte, o zagueiro ficava doido e a torcida mais ainda, é como se estivesse ouvindo os gritos da galera.
 
E essa bagaceira toda foi aos 30 minutos do segundo tempo, passei pelo zagueiro, e na entrada da grande área a bola foi pro pé direito, nem lembrei do pé machucado, embrulhei, paáááááááááááááááááááááááááá´, goooalllll, aiaiaiaiai, goooaall, aiaiai!, loucura, eu pulava, eu pulava, e a torcida pensando que era só de alegria, também, mas era mais dor, rapaz, conseguimos virar o jogo, só escutava a zuada e a voz do Batista de Vicente Roque, pense numa zoeira, quando o jogo terminou, foi uma loucura, ganhei muitos presentes!
 
Até hoje Batista foba com esse gol. Interessante no Campo dos Artistas, cada jogador tinha uma espécie de fã clube, 30 a 40 torcedores, chegavam ao ponto de, por exemplo, se o torcedor do Botafogo do Gusto fosse pro campo e chegando por lá não visse o jogador que ele admirava e não fosse jogar, ele automaticamente ia embora!
 
Fonte: César de Antonio Sobrinho

3/25/21

Retratos do nosso futebol


 

FLORIANO - TIMES ANTIGOS

Flamengo de Tiberinho
FLORIANO ESPORTE CLUBE

Teve como presidente o senhor Avelino Coelho Resende. Os jogos eram realizados na ÁREA, terreno onde hoje funciona o prédio do acervo da Maria Bonita na Beira do Rio.

UBIRAJARA

Existiu entre as décadas de 1940 e 1950. Era um time formado por operários. Um deles era o pedreiro Zeca do Caracol ( irmão do Floriano Preto ).

ARTÍSTICO

Alguns jogadores: Bató, Martin Galvão, Tunga, Tuna Cansansão, Gonçalo Pimenta, Chico Rabelo ( goleiro ) e Raimundo Cabelo Bom. Existiu na década de 1940.

INTERNACIONAL

AMÉRICA

Alguns jogadores: Geraldo Martins, José Nunes, Olindo Nunes.

UBIRATAN

Fundado por Bucar Neto, atuavam os jogadores Zeca Demes, Luís Carlos ( Boca de Flor ), Duzito Rezende e o Everton.

PAISSANDU

Fundado por Paulo Gamborra.

COMÉRCIO ESPORTE CLUBE

Foi o sucessor do INTERNACIONAL e AMÉRICA. Teve o privilégio de ser por algum tempo o único time a ter o seu estádio próprio ( o tradicional Estádio Mário Bezerra ). O último campeonato que disputou foi em 1967, sagrando-se campeão numa emocionante vitória sobre o Ferroviário em dezembro daquele ano.

Seus principais jogadores foram Olindo Nunes, José Nunes, Bilego, Anésio Batista, Geraldo Martins, Nilton Camarço, Roló, Tarquinho, Bicudo, Fenelon, Adauto, Colega, Defala Attem ( goleiro ), Kelé, Serrinha, Daniel, Antonio augusto ( Tunico Babaçu ), Ildefonso Ramos, Paulo Carnib, João Luís ( destes últimos, o técnico era Sebastião Silva );

 Balduíno, Bruno dos Santos, João Batista Mendes, Djalma Macedo, Joaquim Alencar Cunha ( Quincas ), Alfredo Nunes, Antonio Ulisses ( Pelado ), Pepedro, Antonio José Caraolho, Luizão Sansão, Nova York, Didi Nunes, Dos Santos, Raimundo Mendes, Washington e Xico Pereira.

FERROVIÁRIO ATLÉTICO CLUBE

Fundado por Antonio Cloves Ramos e Adauto, no dia 1º de maio de 1950, com o jogo de estréia - Ferroviário 2 x 1 Artístico. Sua escalação: Adauto, Aceno, Nascimento, Carlos Barbeirom Hélio Castro e Euvaldo Angeline; Nelson, Zé Alves, Assis Bonitinho, Abdon Barguil e Nenem Mão de Vaca.

O time do ano de 1951 era contituído pelos jogadores Zé Pulu, Ferré, Chico Mateus, Guilherme Magarefe, Hugo Leal, Balaio, Zezinho, Omar, Adauto e Américo.

Alguns jogadores do time do final da década de 1950 e início dos anos de 1960: Sadica, Colega, Cassaco, Pepedro, Valdomiro e Mário Besta Brava.

Disputou o campeonato estadual de 1964, 1965 e 1966, com a seguinte equipe: Piqui, Valdemir, Valdivino, Pompéia, Zezeca, Pepedro, Cabeção, Rômulo, Tassu, Bitonho, Antonio Luís Moreira Nunes, Veludo, Vicentinho e Zequinha.

Outros jogadores famosos do Ferroviário daquele tempo: Parnaibano, Poncion, João Maiô, Maranhão, Nico, Magro, Grilo, chapéu, Domício, ( este veio do América de Petrolina, tinha um chute fortíssimo com o pé esquerdo ), Reginaldo, Elder, Sóstenes, Netinho ( quarto zagueiro ), Valdivino, Domingos, Liro, Lino ( este último foi o jogador mais caro do Ferrim, pois ganhou uma geladeira, causando grande inveja entre os demais jogadores , já que naquele tempo era raro quem possuísse este eletrodoméstico ).

Foram seus diretores os desportistas Deusdete Pereira ( O Deusdete Macarrão ), Francisco Delmiro de Araújo ( o Nilton das Casas das Roupas ), merval Lúcio da Silva, Nazareno Araújo, Tibério Nunes e José Meireles ( nome dado ao estádio do Ferrim ).

Outros jogadores do Ferroviário: Adauto, Arsênio, Nelson Oliveira ( goleiro ), Vilmar ( o professor ), Fenelon Brasileiro, Balduíno, João Batista Mendes, Chico Pereira e Binda.

Formação do time na década de 1960: Cajazeira, Fortaleza, Sinézio, Raimundo Fumaça, Pepedro, Popó, Dodó ( goleiro ), Antonio Ulisses ( o Pelado ), Carlos Augusto, Zezeca e Valter Moleza.

Um goleiro que marcou época no Ferroviário foi Netinho. Faleceu há alguns anos atrás aqui em Floriano.

SAMBAIBA

O Presidente era o Joaquim Viana de Carvalho e os jogadores mais lembrados são os atletas Paulo Gamborra, Zé Leiteiro e o Bazué.

BONSUCESSO

Na época do infantil, o fundador foi o Sinimbú e no tempo do time adulto, era presidente o Calisto Lobo Matos. A maioria de seus jogadores eram estudantes, como Jamil Zarur, Mussa Demes, Calisto Lobo Matos, Bucar Amado Bucar Neto, Abdala Zarur, João Alfredo Gaze, Nozinho e Abdoral.

INDEPENDENTE

Fundador: José Antão dos Vale Reis no ano de 1958. Na época do amadoriso, o time do Independente era formado pelos jogadores José Antão 9 dirigente ), Pedro Gancho, Darce, Julimar, Antonio José, Halboner, Ribamar e Gaze Mazuad.

Dedé ( grande jogador de futebol de salão do Banespa de Teresina ), Pauliran ( sobrinho de dona conceição Salustiano do Tufi Lobo ), Ribamar, Rafel, Zé Alonso, Zé da Guia e Odorico.

Esse time era quase imbatível.

RÍVER

Era o time juvenil do Chico Camarço. Foram seus jogadores o Aroldo Rocha e o Mário Anselmo, dentre outros.

VASCO

Seus principais jogadores eram o Antonio Luís Moreira Nunes, Milton Costa Sá, Antonio Afonso Ribeiro Gonçalves, e Darce Arimatéia Ferreira Lima na década de 1960.

BANGU

Fundado no ano de 1962, era um time de garotos que jogavam descalsos, como Abdoral, Luisinho e Zé da Guia, os lembrados.

FERROVIÁRIO JÚNIOR ATLÉTICO CLUBE

Fundado por Carlos Augusto ( o Pompéia ), que era o goleiro do Ferrim, aproveitou todo o material esportivo do antigo time e montou este novo time, já que o famoso Ferroviário não iria disputar o campeonato estadual de 1967.O júnior foi o campeão florianense daquele ano, em seu primeiro ano de existência. Seus jogadores, a maioria era do antigo Ferroviário.

INDEPENDENTE

Outro time com o mesmo nome de um que já tinha existido no final da década de 1950 acima descrito. Fundado pelo desportista Bucar Neto, em 1967, depois que se desentendeu com o pessoal do Palmeiras. Um dos seus jogadores foi o goleiro José Henrique Waquim.

POSTO SABBÁ ESPORTE CLUBE

Presidente: Manoel Silva.

CORINTIANS ESPORTE CLUBE

Fundado por Carlos Augusto Costa Ferreira ( o Pompéia ). A fusão do Coríntians com o Posto Sabbá, deu origem ao Cori-Sabbá. Este time e o Ferroviário ( década de 1960 ) foram os únicos que já participaram do campeonato estadual piauiense ( primeida divisão ).

PALMEIRAS

Fundadores: José Bruno dos Santos e Abdoral Alves do Nascimento em 1965. originou-se do Bonsucesso. Jogadores: Antonio Guarda, Raimundo Bagana, Sadica, Miguel ( goleiro ), Perereca e Bitonho ( estes dois últimos vieram do Piauí de Teresina ), Zé de Tila e Carlos Pechincha.

SANTA CRUZ

Fundador: Bazué ( já falecido ).

FONTE NOVA

Fundador: Benedito Preto.

AMÉRICA

Fundador: João Martins. Time que revelou o centroavante Gonzaga.

CRUZEIRO

time do Bosque Santa Teresinha. Fundador: Capitão Penha.

CLUBE DE REGATAS BRASIL

Fundador: Abdoral Alves do Nascimento e Bucar Neto.

TIRADENTES

Fundação: 1970, time de veteranos: Sadica, Jamil Zarur, Antonio Ulisses ( o Pelado ), pepedro, Dos Santos e Abdora.

FLAMENGO DE TIBERINHO

Fundado pelo desportista florianense Tibério Barbosa Nunes Filho ( o Tiberinho ), nos anos de 1960, jogava sempre no campo dos artistas e no campo do Ferroviário ( foto acima ) e era constituído pelos atletas Miguel ( goleiro ), Janjão, Danúnzio, Chiquinho, Zé Buraco, Pinguim, Jolimar, Parnaibano, Poncion, Siqueira, dentre outros.

1/15/20

Conheça detalhes do regulamento do Piauiense de 2020

Foto Eduardo Frota Arquivo 

O Campeonato Piauiense vai começar com os 8 clubes jogando em si, no sistema de ida e volta, ou turno e returno. Cada um fará 14 jogos na fase de classificação. Não teremos semifinais. O primeiro e o segundo colocados passarão diretamente para as finais, valendo o título. Os 2 últimos colocados serão rebaixados para a segunda divisão em 2021.
O time que tiver melhor campanha na primeira fase jogará a segunda partida da decisão em casa. Ao final das duas partidas quem somar mais pontos ( vitória e empate ) será o campeão. Em caso de igualdade com uma vitória para cada lado, valerá o salo de gols. Persistindo o empate, a decisão será nos pênaltis.
As inscrições dos jogadores poderão ser feitas até o dia 2 de março. Nos jogos entre clubes de Teresina ( River x Flamengo, Piauí x River, Piauí x Flamengo) as arrecadações serão divididas em partes iguais. Nos demais jogos o mandante ficará com a arrecadação integral.
O campeão piauiense de 2020 garantirá participação na Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Série D do Campeonato da temporada de 2021. Para o vice-campeão ficam asseguradas presenças na Copa do Brasil e na Série D. Vaga na Copa do Nordeste vai depender da posição no Ranking de Clubes da CBF.
Em todo o Campeonato Piauiense de 2020 serão disputadas 66 partidas no turno de classificação e mais 2 nas finais, atingindo o total de 66.
Fonte:
Dídimo de Castro
didimodecastro@cidadeverde.com

1/13/20

Dispersãp Poética



Não é assim, não, poeta; a vida é uma grande ilusão; teus carnavais não mais aí estão; somente a saudade e sonhos de teus antigos madrigais.