Gonzaga no Tiberão |
GONZAGA PRETO – O ETERNO ARTILHEIRO!
Atualmente
treinando os garotos da Escolinha Brasiliense, o pique ainda é mesmo,
continua com a mesma motivação e dedicado quando assume compromissos!
- Gonzaga, quais os times que você jogou no futebol de Floriano?
-
Se for contar tudo desde o começo, haja tempo; mas foram os seguintes:
América de Antonio Martins; Botafogo de Gusto (que tinha como o maior
torcedor o seu Antonio Sobrinho; e, certa vez, o juiz estava demorando
pra encerrar o jogo e já estava ficando escuro; de repente, ele pegou e
carregou a bola do jogo, nunca esqueci o lance!); Reno de Zé Amâncio;
Ferroviário do Francisco Antonio Bezerra, mais conhecido por “Bezerra”;
Palmeiras (com Antonio Guarda, Bagana e João Rato), time do finado
Basué; e, por último, o nosso Grêmio!
- Você participa do Grêmio Esportivo Florianense desde quando?
-
Desde a sua fundação do Grêmio, e o lance foi interessante, veja:
juntou os piolhos de bola Gonzaga (eu), Chapéu e Geremias, e como eu era
amigo de Calistinha, idealizamos em formar um time e nos dirigimos ao
Hospital Miguel Couto (hoje a Diocese Oeiras-Floriano) para convidar o
Dr. Calisto Lobo Matos, para ser o Diretor Presidente da agremiação.
Chegando lá, Dr. Calisto estava na sala de cirurgia, e aí só nos restou
ficar esperando! De repente, eis que surge o nosso alvo, Dr. Calisto.
Após cumprimentá-lo, perguntamos se ele poderia nos ceder alguns minutos
do seu precioso tempo! E prontamente ficou livre para bater aquele
bolão, só toque de bola! Os três ficaram só cercando, sem fazer falta:
“Dr. Calisto, temos aqui um elenco e com ele poderíamos formar um grande
time de futebol e disputar todos e qualquer campeonato de igual para
igual.” Aí veio a primeira falta: “Gostaríamos de convidá-lo para ser
Presidente do time, que terá o nome de Grêmio Esportivo Florianense.”
Dr. Calisto não fez objeção, escapou da falta: “Garotos, estou à
disposição, o que está faltando para formar este timaço?” Era exatamente
a pergunta que o trio gremista estava esperando! Entraram de carrinho,
Geremias na frente, claro, sua especialidade! Gonzaga e Chapéu, pedindo
calma: “estamos precisando de um jogo de camisas.” Imediatamente, Dr.
Calisto pegou seu bloco de consulta e mandou no ângulo, Joaquim nem viu
onde entrou: “vão lá no Mohamed Wassen Abou Arabi (nome completo de
Ibraim, informou orgulhosamente sua filha Leila), e pegue uma equipe
completa, aqui está a autorização.” Rapaz, pense numa turma feliz,
parecia pinto comendo milho! Com isso facilitou a formação da diretoria,
que tinha como membros: Rego (trabalhava na Pernambucana), Milton Costa
Sá (trabalhava no Vende Bem, hoje mora em Guadalupe), praticamente o
Grêmio ficou como o time mais organizado, inclusive com reuniões que
eram realizadas frequentemente na casa de Dr. Calisto, time bem
planejado, todos sabiam a sua tarefa. De lá pra cá só deu alegria, fui
campeão 11 vezes pelo Grêmio. A maioria das conquista do Grêmio, fui
artilheiro (disputa ferrenha com Zé Bruno, na artilharia!), lembrou
Gonzaga Preto. Os campeonatos de Floriano aconteciam normalmente, mas
com o intuito de motivar e atrair o torcedor, a Liga convidou um timaço
da CHESF (Guadalupe – que tinha um jogador chamado Ribinha, liso,
habilidoso, era infernal!), comandado pelo ex-diretor do Grêmio Milton
Costa, e o campeonato pegou fogo, e numa final inesquecível, contra a
CHESF, foi o jogo que mais me marcou, fomos campeões, quando ganhamos o
jogo - Grêmio 3 X 1 CHESF, naquele jogo eu estava inspirado e comandava o
espetáculo (o jovem Walberto não tinha ainda feito gols), eu disse:
”hoje você vai fazer o seu” e os passes saíram com a maior naturalidade,
logo na época em que estava no auge da minha carreira, bem preparado
fisicamente e isso facilita para o atleta, a gente sai na frente!
- Gonzaga, cite seus pontos fortes?
-
Cabeceava bem, nunca tive medo de zagueiro, tinha arrancada e
velocidade, era impressionante, quando partia na frente não conseguiam
me alcançar, o chute não era forte, mas colocado, tirando do goleiro,
muita categoria, sabia dominar e tinha o reflexo de águia.
- Gonzaga, quem te ensinou essas artimanhas para vencer no futebol, um esporte tão disputado?
-
É um dom de Deus, era piolho de bola, treinava no campo do Curral
Velho, hoje Colégio Estadual, um campo de areão, desafio constante, onde
a gente tem que ter habilidade pra tudo, ou seja, no areão, temos que
driblar várias adversidades: os adversários e principalmente o próprio
areão, isso é que é escola!
- E no Campo do Artista, qual o time que você jogou?
-
Botafogo do Gusto, Mundeiro, Bago, Bento (era o único que segurava
Chiquinho), Zeca Zunidor (veloz como um raio), Gonzaga.... fomos
campeões naquela época.
- Gonzaga você lembra de algum time adversário e seus atletas?
-
Fluminense de Carlos Sá tinha Chiquinho, pense num cabra rápido;
Flamengo de Tiberim com Nego Cleber, Pedro Caniço; América de Antonio
Martins, joguei também, tinha ainda, Ferré, Lucas, Corró, João, Galo
Magro (goleiro)
- Chegou a ser convidado para jogar nos times da Capital?
- Sim, joguei no Piauí Esporte Clube por seis meses ao lado de Sima e Toinho e o treinador era Ronaib.
- E o Grêmio na era Galdino?
-
Foi sensacional, o time manteve o mesmo padrão de sempre buscando
títulos. O nosso último título, foi em 1995, quando o Galdino teve todos
os seus Campeões: Botafogo, Grêmio e Corisabbá.
- E “Seu Chico Urquiza”, fale um pouco!
-
Era um baluarte, organizado e gostava que os atletas fossem
responsáveis, não gostava de bagunça, um apaixonado pelo futebol, nas
folgas levavam o time conhecido por “Time de Chico Urquiza”, íamos pelos
interiores e até chegamos a jogar em Graça Aranha-MA, longe! Pense num
lugar longe!
- Gonzaga e sobre a Seleção Florianense?
-
Fomos campeões do Torneio Intermunicipal, 1982, um timaço, Marquinhos,
Mineiro, Pedão, Dias e Zé Ulisses; Edmar, Mocó e Flexa; Neto da
Farmácia, Gonzaga Preto e Chaga Velho. Era um torneio disputadíssimo,
chegamos 4 vezes na final, pois os times da região norte eram quase
imbatível, não pelo futebol, mas eram ajudados de vários formas. Agora,
chegou a hora! Essa pergunta, quero é vê o cabra ficar normal, não fica!
Tá provado, se emociona! Impressionante! Até hoje diariamente Walberto
lê a nossa reportagem, ele contando o seu gol mais bonito, Gonzaga
também não é diferente! Vejam que pintura! Daria um belo quadro!
- Gonzaga, qual o seu gol mais bonito?
-
Virgem Nossa Santíssima! Foi jogando pela Seleção de Amarante contra o
selecionado parnaíbano, um lance espetacular, com estádio tinindo de
gente e pense em duas torcidas fanáticas, tanto os amarantinos quanto a
de parnaíbanos, recebi um lançamento perfeito (a La Gerson – canhotinha
de ouro), tava de costa pro gol, matei no peito e de meia bicicleta
(obrigado Leônidas da Silva – o homem borracha!), na veia, que chute bem
no ângulo, Suzarte, goleirão, ficou pasmo! Só olhando! Com a cara de
bobão!, E dizendo: "como é que pode! Como é que pode!” Eu só vi a
gritaria e a rede balançando, foi uma correria inesquecível, rapaz o
filme voltou! É o futebol, o que posso fazer? Ninguém tira esse! Ta na
memória!
- Os craques atualmente estão difíceis de surgir, analise?
-
Falta principalmente humildade, quando um jogador joga uma partida boa,
pensa que é já craque, não sabe se valorizar, tem que ter mas
responsabilidade, atleta não pode andar em farras. Quando eu jogava, e a
pós a partida, recebia alguns elogios sobre a partida eu dizia:
obrigado, mas eu quero jogar melhor na próxima, ou seja, as coisas hoje
os atletas querem tudo imediato! Após a partida, o jogador, já pensa na
resenha e no dinheiro! Faltam também campos para peladeiros, são nesses
campos que aparecem os craques!
Biografia
de um atleta espetacular! José Luiz GonzagaNasceu 27.04.1951 em
Floriano-PI, no bairro Curador. Cônjuge: Meroania da Silva Moreira.
Filha: Moyra Christian da Silva Moreira. Pais: Antonio Milindro de Sousa
e Maria Evelin Soares. Funcionário da CEPISA, há 27 anos.
Fonte: Cesar de Antonio Sobrinho
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