6/05/21

Retratos do Nosso Futebol

Foto: Severino Filho (o BUIM)

 O futebol de Floriano e de outras cidades, como Picos, Oeiras, Guadalupe nos anos de 1960 prosperava o amadorismo e despertava o interesse de apaixonados empresários e políticos a região ao ponto de se consagrarem na sociedade de suas cidades.

Seu Milton das Casas das Roupas, o antigo vereador Desdete Macrrão (entusiasta), Merval Lúcio, Nelson Oliveira, Nazareno Araújo, Luiz Meireles e tantos outros trabalhavam em torno do desenvolvimento do nosso futebol com o Ferroviário de Floriano, que chegou a disputar o campeonato piauiense nos anos de 1964, 1965 e 1966 fazendo boas campanhas.

Pompéia, SADICA, Rômulo, Zequinha, Vicentinho, Valdivino, Lino, Veludo, Didi, Sóstenes, Fortaleza, Popó, João Maiô, Cristovão, Zezeca, Jeremias e tantos outros aos domingos brilhavam no estáddio José Meireles.

Na foto acima, do acervo do nosso amigo Severino Filho, observamos à direita, agachado, o nosso craque Sadica, quando passou pelo River no ano de 1958, sagrando-se campeão naquela temporada. Sadica ainda atuou em Parnaiba, espetacularmente.

Hoje estamos sem calendário, mas ainda há por ai algumas promessas de novos dirigentes querendo soerguer o nosso futebol. Oxalá isso aconteça e o nosso esporte bretão possa voltar a brilhar novamente.


6/01/21

Faleceu Abdoral Alves do Nascimento

 

Abdoral
 

Faleceu recentemente o nosso grande professor de Educação Física Abdoral Alves do Nascimento. Trabalhou no Estadual, Normal e em diversos colégios e grupos escolares de Floriano ensinando a sua arte no campo e nas atitudes do dia a dia, onde aprendíamos bastante com as aulas.

Time do Palmeiras

Segundo Teodoro Sobral, lembra perfeitamente, dele! Um adepto fervoroso do futebol. Centroavante raçudo e vigoroso. Um verdadeiro touro. Não fugia das divididas. O seu pai chamava-se Gaudêncio (?). Lamento a morte do professor Abdoral, ele foi professor de Educação Fisica de toda nossa geracão que estudou no Estadual na decada de 60. 

Como tinha sido militar na Vereda grande, tinha o jeitão de austero e os meninos da faixa de 12anos, tinham um certo medo dele. Mas, uma vez o peitei: minha mãe foi me deixar de carro lá no Campo do Artistico, aí a turma não saiu do meio da rua, deixando-a nervosa . Aí  Abdoral como punição botou todos para pagarem varias flexões. Aí eu disse: eu não farei, pois eu estava dentro do carro. Minha mãe. Vocêvai fazer também. Nao vou. Ele então me suspendeu da aula. Meu pai depois foi falar com ele e se entenderam. E eu gostava dele, foi só uma atitude de todo poderoso e por mim não colou, concluí Teodoro.

HOMENAGEM DO PORTAL

ABDORAL - GARIMPEIRO DE CRAQUES!


Apaixonado por filmes de BANG BANG e FUTEBOL, o famoso professor de educação física, Abdoral Alves do nascimento, era duro na disciplina para com os seus mucurebas. Tinha que participar, mostrar serviço. Não tinha moleza, não. No Colégio Estadual e Escola Normal educou muitos atletas, que hoje venceram na vida.
 
No futebol, o professor tinha o seu time particular e se auto-escalava, antes de comerçar a partida:
 
- O time vai jogar cumigo...
 
Por outro lado, quando ia entregar as camisas do time, já pré-escalado, ele começava pelo número 9. Esta história, todo peladeiro de Floriano, região e parte do Brasil, já conhece, mas hoje foi tirada a dúvida:

- Professor Abdoral, é verdade ou é um mito, que você entregava as camisas começando pelo o número 9? Quem era esse craque?

Em cima da bucha, a resposta surgiu em forma de um relâmpago!

- O craque era eu, preste atenção, se eu formava o time, organizava, investia, porque começar pelo nº 1 não tinha cabimento, mas é claro que é invenção de peladeiro, que eu começava pelo nº 9, mas como é difícil mudar esta história, deixa do jeito que tá que é melhor!

Professor Abdoral sempre fora um garimpeiro de craques e tinha uma visão impressionante, um incentivador do esporte, cidadão de primeira qualidade. 
 
Atualmente, morando no povoado “Tamboril”, São José do Peixe, trabalhou por 8 anos no Estadual e 9 no Lindolfo, sempre ligado na área do esporte. Abdoral Alves do Nascimento, nasceu no povoado “Xixazeiro”, próximo a São José do Peixe, em 24 de agosto de 1942, 64 anos, casado com Dona Francisca Ferreira do Nascimento. 
 
Fato pitoresco! Abdoral colocou o nome dos(as) filhos(as) um pouco diferente! Vejam só, que personalidade:

- Jonh Douglas;
- James Douglas;
- Jim Douglas;
- Mary Stuart;
- Johnson Douglas;
- Jane Stuart; mas a caçula escapou:

- Patrícia Alves do Nascimento (uma verdadeira estranha no ninho!). 
 
Na foto acima, do Palmeiras de Bucar, Abdoral é o último à direita em pé, quando jogavam em Picos em 1965 em jogo tumultuado, acirrado e cheio de alternativas.
 
Coisas que acontecem em Floriano, Piauí, Terra!

Fonte: César de Antonio Sobrinho.

5/29/21

RETRATOS DO NOSSO FUTEBOL

Encontro de Veteranos

 

Veteranos de Floriano
 

No passado, o futebol de Floriano despontava pelos quatro cantos do Brasil, encantava e disseminava grandes alegrias. A nossa sociedade levantava essa bandeira de maneira ímpar e com a empatia que transbordava a gregos e troianos.

O Ferroviário, o Artístico, o CRB e, até o famoso Cori-Sabbá ainda conseguiu expor de maneira brilhante o nosso futebol com grandes craques como Walberto, Bitonho, Caraolho e outros, conseguindo levantar o troféu de campeão do campeonato piauiense de 1995 com garra e galhardia, chegando a bater o Botafogo do Rio pela Copa do Brasil daquele grande momento.

O detalhe é que não sabemos o porquê o nosso futebol entrou em decadência e não está mais conseguindo alavancar a nossa hegemonia. Cidade como Altos é que está dominando tudo. Os nossos dirigentes, gestores e entusiastas do nosso esporte desapareceram e não dão mais o ar da graça.

Na foto acima, observamos velhos amigos veteranos recordando o seu tempo, como
Bagana,  Gil Marinho,  Lauro,  Pompéia, João Pinto, Jeremias, e Nozinho;
Poncion, Zé Fernandes , Grilo, Pepedro e Selvu. 

Acreditamos, ainda, sonhamos com o retorno do CoriSabbá e do Princesa do Sul para a segunda divisão deste ano. Quem sabe, os empresários e os gestores atuais possam colaborar e incentivar de volta o nosso esporte bretão?

Retratos do nosso futebol


 

Caiçara

 

Caiçara Esporte Clube de Campo Maior
Foto raríssima do time do Caiçara Esporte Clube, extraída da Coluna Esportiva do Jornal O dia - Um Prego na Chuteira editada pelo cronista Deusdete Nunes, o Garricha.

Essa formação do Caiçara nos reporta aos saudosos anos de 1960, época romântica do futebol piauiense.

O time aí do Caiçara está formado, em pé, pelos atletas Edmar Piau (Presidente), Coló, Bia, João de Deus Monte, Zé Costa, Cabo Dulce e o treinador João Maria.

Agachados, temos Ditoso, Cabeção, Antonio Quinto, Escurinho e Raimundinho Fumaça.

Em tempo:

Os atacantes Cabeção, Escurinho e Raimundinho Fumaça jogaram uma temporada pelo Ferroviário de Floriano naquele período dos anos de 1960.

5/10/21

Retratos do nosso futebol

GOL DE PLACA!

O Médico Dr. OSMUNDO DE MORAES ANDRADE (Prefeito de Itaueira), narra o GOL que acontecu há 50 anos, considerado o mais bonito de César de Antônio Sobrinho!

Jogo: STAR Futebol Clube X Regatas ou AABB (eram um timaços)

O STAR (foto) era formado por jovens amigos “Piolhos de Bola” de 17 anos que jogavam no Campinho da Tia Xica Pereira, Artístico, Ferroviário, Mário Bezerra, Meladão, Sambaíba, Vereda, Zé Leiteiro, Barão de Grajaú, São João dos Patos, Palmeiras do PI.

Torneio FÉRIAS DE INVERNO de Futsal  
Local: CEC – Comércio Esporte Clube
Data: Janeiro.1972 – prestes a completar 50 Anos depois.
Star Futebol Clube:

Em pé: 

Zé, Valdemir (Cumpadre), Zé Wilson Reis Porquinha, Saturninho, Klinger (Papelaria Globo), 

Agachados: 

Berivaldo, César de Antônio Sobrinho e Juninho de Né Santo (Profº Nelson Junior).

Era meio dia do dia 08.05.2021, estavam Restaurante do Pedim do Bode na Brasa, curtindo uma geladinha os amigos: Dr. Osmundo Moraes de Andrade, seu irmão Andrade, Sobreira, quando Osmundo (atuava no CRB de Almeida pela lateral esquerda, jogava bem, veloz, bom passe, marcador implacável)  me avistou e foi logo dizendo:

- Meu amigo César jogueiro, bom de bola, fez o GOL mais bonito que já vi na minha vida...
Rapazzzz... com as pernas trêmulas, emocionado e feliz, fui logo me sentando extasiado fiquei, com uma homenagem tão autêntica e marcante... Dr. Osmundo contou várias vezes e os amigos que iam chegando ele repetia... e cada um ficava mais impressionado.

Muitas resenhas foram lembradas: de Marcelina, de política, de pescaria, de amigos, de família... Bom demais, Agradecemos o nosso Bom Deus, por nos proporcionar momentos únicos!

Ao nos desperdirmos Dr. Osmundo, disse:


- César, vou contar novamente e você GRAVA para ficar na História do Futebol.

Abraços e obrigado e pela sua amizade!

Floriano(PI), 08 de Maio de 2021
Fonte: César Augusto de Antônio Sobrinho e Maria Roque

4/29/21

Retratos do nosso futebol

 Hoje é um dia especial para o futebol florianense!

70 Anos de José  Luiz Gonzaga.

Exemplo de Atleta

"GONZAGA" nasceu em Floriano-PI,  em 27 de Abril de 1951, o craque, goleador, centroavante nato, artilheiro,  bom cabeceador,  rápido, habilidoso e driblador por vocação.

Começou nos campinhos de areião, jogou no famoso BOTAFOGO de Gusto, um timaço dostempos do campo dos artistas com Manoel António,  Gilmarinho, Bento,  Bago, Mundeiro, Pedro Taboqueiro,  Zeca Zinidô e outros.

No Reno de ZÉ Amâncio,  jogou ao lado de Jolimar, Selvu e já  no Grêmio de Dr. Calistinha e Galdino Oliveira se consagrou com vários craques: Mocó,  Flexa, Pedrão, Neto, Edmar, Edvar, Chicão, Honório Paulinho, Marquinho e tantos outroscraques.

Outros times que também se consagrou foram o América  de António Martins, Sambaiba de Bazué, Vila Nova de Elias Rocha, time de Chico Urquiza, onde enfrentou zagueiros fortes na marcação: Senhor,  Café,  Teodoro, Buema e outros consagrados.

Gonzaga nos dias atuais

Foi Campeão Intermunicipal pela Seleção de Floriano-PI em 1982 e jogou em outras Seleções como de Amarante e  Canto do Buriti.  

No  FUTSAL do Comércio Esporte Clube, foi campeão pelo Regatas,  foi profissional no Piauí Futebol Clube "Enxuga Rato", jogou ao lado de Dona, Valdivino, Waldemir, ZÉ Barros,  Zezinho Doido, onde deixou sua marca indelével.

Grêmio de Galdino 1973

Esse time do Grêmio (foto), se não me falha, é do ano de 1973. Pela ordem da esquerda para a direita, podemos reconhecer o saudoso técnico Galdino, Antonio Guarda, Edmar, Gilson, Pedrão, Joaquim José, João Rato, Jeremias e Careca. Agachados, Cleber, Gonzaga, Neto da Farmácia, Nenem Cavalcante, Honório (cracasso já falecido e era sobrinho de seu Raimundo Beirão) e Zé Ulisses.

Artilheiro de diversos campeonatos Florianenses, Gonzaga tinha uma empatia com a bola e lidava bem com a torcida nas arquibancadas, fazendo jogadas hilárias e definidoras para as suas grandes conquistas no passado do nosso futebol.

Carnavalesco de primeira qualidade,  considerado um dos melhores percussionistas, principalmente no tamborim, Gonzaga sempre foi imponente e sempre exaltou sua alegria para inúmeros foliões que o viram desfilar na avenida Getúlio Vagas ao lado de outros grandes carnavalescos.

Seleção Florianense 1982

Feliz Aniversário GONZAGA que Nossa Senhora da Guia te Proteja sempre! Continue brilhando com esse seu carisma para despertar na nossa juventude uma nova realidade que teremos para os próximos anos.

Hoje o nosso futebol está carecendo de incentivo. Antes já estava difícil e agora, com essa Pandemia, se torna mais complexo incentivar a nossa base.

Esperamos que novos dirigentes competentes, inteligentes e criativos busquem soluções imediatas e se juntem a atletas do passado e entusiastas para alavancar novamente o nosso futebol de base, como foi no passado no futebol de salão, poeira e antigos e velhos campinhos que possam dar de volta novas alegrias.

Fonte: Cesar de Antonio Sobrinho

4/21/21

Histórias do nosso futebol

 

TORNEIO DO CAMPOR DOS ARTISTAS

ERAM, ainda, os idos dos saudosos anos sessenta. Como sempre tenho abordado, o Campo do Artista era o palco dos campeonatos amadores de Floriano, o qual tinha como pano de fundo um frondoso cajueiro, onde se agrupavam atletas, cartolas, enfim, todos aqueles que, de certa forma, ajudavam ou atrapalhavam os espetáculos futebolísticos.

Pois bem, chegara, então, o dia do torneio início daquela temporada, torneio esse que preambulava o campeonato de amadores. Campo do Artista - 1964.

Para a realização de tal evento, o Gusto, dono do time do Botafogo, e seu presidente, e também como membro da liga organizadora do campeonato, encomendara ao senhor Raimundo Beirão, renomado carpinteiro da cidade, as traves que seriam postadas no estádio.

Como combinado, tudo foi feito. Confeccionadas as traves, foram estas cuidadosamente fincadas nos extremos do campo, nos seus mínimos detalhes, como exigido nas regras do futebol.

O campo estava uma beleza e o dia maravilhoso para a prática do futebol, dado que até São Pedro mandara uma boa rajada de chuva par sedimentar o areão.

Dada a magnitude do evento, outro não poderia deixar de ser, o árbitro da partida, senão o famoso Vicente Xeba.

Tabela pronta, time equipados, disputariam a primeira partida o Santos de Pulu e o Botafogo de Gusto, sendo que todas as equipes, São Paulo de Carlos Sá, Caiçara, Flamengo de Tiberinho, Bangu do Bosque e outras, já encontravam-se equipadas e aquecidas para os embates.

Tudo bem, não fosse o incidente surgido naquela ocasião, em virtude de o dinheiro arrecadado pelo Gusto não ter sido suficiente para ocorrer como pagamento ao artífice Raimundo Beirão.

Ante esse fato, incontinenti, o seu Beirão, com a ajuda de seu auxiliar de serviços, arrancou as traves e levou-as de volta para a sua oficina, não obstante os apelos e as promessas de todos os que ali se encontravam de que a grana não demoraria.

Sem traves, restou aos cartolas a discussão sobre a realização, ou não, do torneio, muito embora soubessem que esta realização, em última instância, seria decidida pelo grande Xeba.

Assim sendo, dirigiram-se todos até o famoso rifiri, sendo que este, de dedo em riste, bradava:

“num quero nem saber; num quero choro; vai ter jogo; faz as trave de talo de coco; num precisa travessão; num precisa dizer que gol só vale rasteiro...”

Dito isso, apitando bem alto e forte, Vicente Xeba adentrou o campo, numa corrida cadenciada, em marcha a ré, concitando, com as mãos, alternadas, e cadenciadamente, a entrada dos alvinegros ao centro do belo areal.